segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Raul,o Ouvido Atrevido



Carlos é um bom menino. A única coisa que não prestava era seu ouvido esquerdo. O direito era discreto e não abria a boca para aborrecer ninguém. Carlos já não sabia o que fazer com Raul.
Tudo que ouvia fazia questão de contar aos outros. No colégio, quantas vezes provocou brigas... O pior era ao telefone. Carlos nunca podia colocar o fone do lado esquerdo. Mesmo assim ficava atento para brigar e fazer fofocas. Ele era mesmo atrevido! Era dono da maior cara-de-pau. Gostava de arrumar encrencas.
Carlos com isso levava a pior. Ganhava tapas enormes em Raul. Sua vida era chorar. Coitado! Ele não tinha culpa de ter nascido com esse ouvido assim.
Quando Carlos passava perto de alguém que Raul não gostava ele abria o bocão para ofender. O menino ficava de cara vermelha. O pobre não era como seu ouvido. Entretanto, Raul já colocou Carlos em uma tremenda confusão.
Um dia, cansado de apanhar, o menino chegou perto de sua mãe e disse:
-Mãe, não agüento mais ser dono de Raul. Esse meu ouvido tem uma enorme boca. Só serve para fazer fofoca e mexer com os outros.
Mamãe pediu calma ao garoto dizendo:
-Olha meu filho, tenha paciência. O Dr. Salvador está providenciando, assim, você terá sossego para levar uma vida normal.
Dali alguns dias, o doutor ligou para a mãe de Carlos que deu-lhe a boa nova: o ouvido de Carlos já estava pronto! Carlos deu pulos de alegria e Raul começou a resmungar.
Foram logo ao hospital onde o médico os esperava com ansiedade. Raul deu o maior trabalho para todos que ali estavam. Até palavrão o infeliz falava. Mas naquela altura ninguém se importou, afinal, seus minutos estavam contados.
Antes de entrar para a sala de cirurgia, Carlos despediu de sua mãe com bastante tranqüilidade, afinal, todos estavam felizes.
Dentro de uma hora estava tudo pronto. O médico então lhes deu a boa nova:
-Pronto Carlos, está tudo resolvido. Raul já se encontra no lixo hospitalar. Você agora tem outro igual ao seu ouvido direito.
Alguns dias depois o médico retirou o curativo e Carlos pôde ver o ouvido novo. Saiu contente dizendo:
-Estou muito feliz porque agora sou uma criança como as outras. Vejam meu ouvido esquerdo, é igual ao direito.
Desse dia em diante, Raul não passou de um pesadelo na vida do menino.
Hoje é uma criança feliz igual aos outros. Raul, por ser tão atrevido, foi acabar em um enorme saco de lixo hospitalar.

Boa Noite

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Uma Linda Estrelinha


No céu, quando cai à noite, aparecem milhares de estrelas para brilharem na Terra. Mas entre elas, uma se destaca para o encantamento da criançada, fazendo a alegria de todos.
Quando anoitece, as crianças saem para dar as boas vindas à Linda Estrelinha. Todos a chamam de “estrelinha das crianças”. Lá em cima aparece sempre no mesmo lugar e chega a refletir todo seu brilho e variedades de cores. Ninguém explica, mas ela adora crianças e procura dar um realce para alegrar a todas.
Marcelo é das crianças que não dorme antes de olhar para o céu. O menino vibra e manda beijos. Para ele é tudo de bom! As crianças fazem algazarra para chamar atenção da Linda Estrelinha. Ela fica vaidosa e seus olhinhos chegam a brilhar de alegria.
As outras estrelas também são lindas! Mas não chamam a atenção como Linda Estrelinha. Quantas vezes foi insultadas pelas outras, que sentem inveja por ela ser diferente de todas. Linda Estrelinha não liga e até tenta consolá-las, dizendo que todas são lindas. Mas elas sabem que todas as crianças só têm olhos para ela.
Marcelo vive fazendo perguntas à mamãe sobre a sua beleza. Inúmeras vezes explicou a ele que ela era mais bonita por ser das crianças e as outras também são lindas e enfeitam o céu.
Numa noite como de costume, Marcelo foi até o quintal admirar Estrelinha, até chegar a hora de dormir. Resolveu falar com a amiga:
-Olá Estrelinha! Como você é bonita!
Estrelinha deu um sorriso e disse:
-Obrigada, quero ser sempre bonita para todas as crianças e principalmente você que não se esquece de me olhar!
Marcelo se assustou e ela disse que ficasse tranqüilo.
O menino pediu a Estrelinha que descesse um pouco, mas Estrelinha explicou ao menino que não podia, seu lugar era ali. Marcelo disse que ficava triste quando caía a chuva.
Estrelinha explicou a ele que as chuvas são necessárias, sem elas não há plantações e as águas acabam e umas séries de coisas ruins acontecem.
-Sempre estarei aqui, não se aborreça com as chuvas que poderão cair.
Marcelo concordou, pois a Estrelinha tinha razão. O menino então se despediu de Estrelinha e foi para cama conforme prometera à mãe.
Daí a pouco sentiu que sua janela foi-se abrindo lentamente.
Estrelinha apareceu em seu quarto, vestida de branco, com os olhinhos reluzentes. Marcelo bateu palmas de alegria e disse:
-Que bom vê-la aqui em meu quarto!
Estrelinha disse ao amigo que viera embalar seu sono e disse:
Cada noite embalo o sono de um amiguinho! Marcelo ficou feliz que naquela noite a linda Estrelinha o escolheu. Marcelo estava muito feliz com a companheira e fazia mil planos para contar para a mãe. Estrelinha sorria com um brilho que o menino jamais esqueceria.
Marcelo pensou em se levantar, mas Estrelinha não aceitou, afinal, o menino teria que se levantar cedo para ir à aula.
Estrelinha cantou lindas e suaves músicas de ninar e Marcelo finalmente adormeceu tranqüilo. Só acordou com sua mãe chamando e dizendo que estava na hora de se arrumar para o colégio.
Marcelo, assim que despertou, olhou depressa para a janela, que continuava fechada como a mãe deixou.
Foi até a cozinha e logo contou para a mãe, que sorriu carinhosamente e falou que tudo não passou de um lindo sonho. Marcelo se conformou e mesmo assim ficou feliz, pois, mesmo que fosse em um sonho, a linda e tão formosa Estrelinha o visitou em seu quarto, deixando para traz um doce e suave perfume.
Marcelo sempre que chega do colégio, corre até seu quarto para olhar aquele cantinho onde Estrelinha ficou, deixando boas lembranças daquele sonho inesquecível e, para a alegria de Marcelo, o perfume continua em seu quarto.
Hoje o menino está um rapazinho, mas nunca deixa de olhar para o céu e contemplar sua estrelinha favorita.
Para ele, será sempre a sua Linda Estrelinha.

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A Árvore Falante



Em uma vasta e frondosa floresta, existem milhares de lindas árvores. Elas são a

alegria dos animais e principalmente dos pássaros. Eles contam sempre com elas para fazerem seus ninhos.
Com a chegada da primavera, todas se destacam: algumas dão frutos e matam a fome dos animais e algumas pessoas que dificilmente passavam por aqui. Outras florescem colorindo toda a floresta.
Uma delas é diferente de todas: além de muito grande, é falante. Já as outras só ouvem. Ela não liga e entende as diferenças entre elas.
Certo dia apareceu por lá dezenas de homens para um desmatamento. Todas elas iam se transformar em carvão para as usinas. Chegaram todos com enormes serras. Doeu o coração da Árvore Falante. A pobre árvore se sentiu sem defesa. Ouvia de longe o barulho de moto-serra. Ficou desesperada, começou a chorar tanto que os homens ouviram e se juntaram assustados.
A pobre Árvore Falante tentou conversar com as outras, mas em vão! Enquanto isso os homens seguiram o som pensando que alguém poderia estar perdido na floresta.
Chegando mais perto, perceberam que o som saía daquela gigantesca Árvore Falante. A pobrezinha tremia todos os galhos. Foi aí que um deles olhou para cima, e, então, ela falou:
-Por favor, senhores, não façam isso com a gente! Queremos viver! Veja como somos lindas!
Eles olharam uns para os outros assustados. Eles nunca tinham visto árvores falantes! E ela continuou:
-Subam até aqui e vejam quantos ninhos de toda espécie de pássaros eu dou abrigo em meus galhos! Quando passarem essas serras em nossos troncos, gemeremos de dor. Nós fazemos falta para a humanidade. Sem nós, não terão chuvas. Sem as águas como ficarão as lavouras?
Os homens sentaram debaixo de sua sombra pensativos. Alguns até choraram de pensar que já haviam derrubado várias delas. Um deles juntou suas ferramentas e disse acariciando suas folhas:
-Fiquem tranqüilas, não vamos mais fazer mal nenhum a vocês. Chegaremos à cidade e procuraremos um outro jeito de sobrevivência.
A árvore agradeceu chorando e as outras apesar de não falarem, riram com muito alívio.
Hoje vive em harmonia ao lado das outras que não falam, mas acolhem os filhotes até ganharem forças para voar. A bela Árvore continua falando, mas tanto ela quanto as outras se sentem tranqüilas e livres das motos-serras.




Tereza Tavares

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Melissa, a Centopéia Feliz


Melissa é uma centopéia que vive no jardim de uma família. Quem a descobriu foi Xexéu, o filho mais novo de Dona Aurora. Ele adora bichos, por isso, procura preservar a vida de cada um, sem exceção.
Certo dia, brincava no jardim com seus amigos. Lá estava ela, toda sorridente. Abaixou a cabeça e disse:
-Olá! Como vai?
Ela o olhou e deu um sorriso.
-Vou bem e você Xexéu? O menino se espantou por dois motivos: nunca havia visto um bicho falar e como já sabia seu nome?
Ela aproximou-se dizendo para não se assustar.
-Conheço você porque faz algum tempo que moro aqui em seu jardim. Vejo as crianças sempre chamá-lo. Sei mais: você adora bichos e não permite que ninguém os maltrate. Minha morada é logo ali debaixo da romãzeira. Sempre tive vontade de me aproximar de você. Hoje quase não existem meninos assim. Sei que nos defende e adora cuidar das plantas. Continue assim, você tem um bom coração.
O menino pediu a solitária centopéia que subisse até seu colo. Melissa ficou feliz e esfregou seu rostinho em seu num gesto de carinho. E desde esse dia os dois viraram bons amigos.
À noite, Xexéu não ia para cama sem se despedir da amiga. Melissa hoje é uma centopéia feliz e não se sente solitária. Tem sempre o carinho do bom menino. Toda tarde, quando chega da escola, o garoto vai logo conversar com a nova amiga. Às vezes chega perto de Melissa e ela já sabe quando o menino está feliz, ou aborrecido. Melissa nota na hora. Faz de tudo para distrair o amigo. Vira cambalhota, coloca seu monte de pernas para cima. Tudo para ver Xexéu alegre. O importante, é que acaba fazendo o menino dar boas risadas. Depois acaba contando o motivo do aborrecimento. Melissa sempre ouve com atenção.
Desde que a conheceu, passou a cuidar do jardim para a alegria da mãe. Dispensaram o jardineiro. Teve medo que a machucasse com seu velho enxadão. Sempre que Xexéu está ali pelo jardim, cuida com carinho das plantas e também de sua amiga.
O tempo se passou, Melissa cresceu e até ficou bonita. Todos que passam por ali se admiram de ver uma centopéia sorridente com um enorme laço de fita na cabeça. Melissa é vaidosa e adora receber elogios. É a centopéia mais feliz que todos já conheceram.
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Chinelinho e Salto Alto



Em um pequeno quarto de despejo na casa de Dona Otília, viviam vários tipos de calçados antigos bem fora de uso. Alguns modelos eram abertos, outros fechados, enfim, havia uma diversidade de calçados para todas as ocasiões.
Dona Otília nem se preocupava em dar um fim a tantas quinquilharias, nem ao menos tirar a poeira, que com o tempo, os mudava de cor. Pelo descuido que Dona Otília tinha pelas prateleiras de sapatos e por tudo que havia no quartinho, ela não percebia que os objetos tinham vida própria. Quando a casa ficava vazia, os objetos conversavam entre si.
Na prateleira mais baixa, ficava alguns calçados de seu falecido marido. Ao lado, estava um par de sapatos de salto alto e um par de chinelinhos bem pequenos, que Dona Otília usou quando criança, mas ficou desbotado com o tempo.
Quando Dona Otília saía para dar uma volta, os objetos faziam a maior algazarra. As roupas conversavam entre elas e comentavam o quanto foi bom fazer belos passeios com sua dona. O mesmo acontecia com os sapatos, que, sempre que conversavam, acabavam ignorando o pequeno chinelinho...Quanto preconceito e quanta injustiça! Ele era o calçado que mais havia acompanhado Dona Otília. Iam ao parque e ainda participava das brincadeiras com as amiguinhas
Certo dia, de tanto ser ignorado por todos, Chinelinho fingiu dar um enorme espirro e começou a simular um acesso de tosse. Todos os objetos se assustaram, afinal, ele era a menor peça que vivia no quarto de despejo. Salto Alto, que vivia sempre do seu lado, imponente como sua dona, resolveu perguntar:
-Projeto de calçado, você espirra, tosse e pode falar como nós?
-Sim!- respondeu Chinelinho - Vocês é que não ligam para mim. Até parece que eu não existo!
Salto Alto percebeu que Chinelinho estava aborrecido. Com sua mania de grandeza, perguntou a Chinelinho: “Como foi sua vida há dezenas de anos atrás, quando acompanhava Dona Otília?”.
Na hora Chinelinho sentiu-se importante. Dobrou suas tirinhas com elegância para trás, deixando cair no chão um pouco de poeira, e começou a falar:
-Bem, entre todos vocês, fui eu quem mais aproveitou os momentos de diversão de Otília. Afinal, sou uma das peças mais antigas deste quarto, apesar de ser tão pequeno.
Salto Alto virou para seu lado, interessado em saber mais sobre o seu passado. Chinelinho continuou:
-Fui eu quem acompanhou a infância de Otília. Aonde ia, levavam-me em seus pequeninos pés... Otília era uma menina muito feliz! –exclamou Chinelinho.
E continuou:
-A vida de criança é uma vida encantada, cheia de magia e diversão. Do meu jeito, ali, preso aos pezinhos de Otília, me divertia muito participando de suas brincadeiras. Até que um dia seus pés cresceram... Mas Otília não quis se desfazer de mim, por isso, acompanho toda a vida de minha dona.
Salto Alto ouviu tudo na maior atenção e tentava imaginar como deveria ser bom ser chinelinho de criança. Depois de alguns segundos em silêncio, Salto Alto resolveu falar:
-Com certeza, deve ter sido uma época muito boa! A vida de criança é fantástica. No seu coraçãozinho não existe lugar para tristeza e nenhum tipo de decepção. Tudo é magia!
E começou a ficar entristecido:
-Agora, eu, este Salto Alto preto, acompanhei Dona Otília por vários lugares, uns divertidos, outros nem tanto. A última vez que Dona Otília me calçou, fomos ao funeral de seu marido. Senti de perto seu sofrimento. Foi doloroso, nunca vou me esquecer!
Chinelinho então deixou escapar uma lágrima. Ficou esquecido na prateleira por tantos anos que não deu conta do que o tempo havia passado. A vida adulta era séria e nem tudo era diversão como em seu tempo de infância.
Salto Alto, ao perceber que Chinelinho estava tão caidinho, resolveu animá-lo:
-Não fique assim Chinelinho. Eu já sou adulto e sei que na realidade a vida adulta nem sempre são flores. Mas Dona Otília está bem e vive uma vida tranquila; até hoje viaja para onde e quando quer!
Chinelinho secou as lágrimas e sorriu levemente. Depois comentou:
-Sou um chinelinho bem velhinho. Guardo comigo boas recordações de uma infância feliz!
Daí em diante, Chinelinho e Salto Alto ficaram mais unidos e sempre estavam trocando ideias. Agora, só lhes restava sentir o quanto foram importantes em diferentes épocas na vida de Dona Otília.
Tereza Tavares

domingo, 27 de setembro de 2009

A Girafa Gigi




Em um grande zoológico de uma cidade, vive uma porção de bichos. Nos fins de semana o lugar é invadido por multidões de crianças. Todos querem ver a girafa Gigí e a zebra Zezé que nunca se separavam e isso intrigava a todos.
Um dia Gigí fez confidência aos seus amigos, disse estar apaixonada por Zezé. E, o Zezé, por sua vez, amava Gigí em segredo. Numa dessas tardes tranqüilas no zoológico quase sem visitantes, Gigí levou Zezé para passear e declarou seu amor por ele. Zezé ficou feliz com a revelação, mas teve medo porque eram de raças diferentes. Mas Gigí explicou a ele que pro amor não tem diferença e que ela o amava pela sua delicadeza e que tinha certeza que seriam felizes apesar das diferenças.
Combinaram o casamento. Conversaram até sobre a casa onde iam morar e que devia ser bem alta por causa de Gigí. Quando anunciaram o casório para os outros bichos, eles ficaram surpresos, mas acabaram entendendo o amor dos dois e ficaram felizes, afinal, era o primeiro casamento entre girafa e zebra.
A hiena começou a rir e não parou mais. Rolava de um lado para o outro. Que boba! Todos diziam: o importante é o que sentiam um pelo o outro.
No dia do casamento a bicharada se reuniu numa grande festa. Veio até o urubu com sua viola, trazendo como caroneiro o sapo. Só o bicho preguiça não participou porque pegou no sono em cima de uma árvore.
Acabou-se a festa e Zezé pegou Gigí nos braços e levo-a para a linda e alta casa.
Os anos se passaram. Hoje a família é a maior atração do zoológico. A criançada não cansa de ver o casal de filhotes: Tutu exibe o seu pescoço com manchas pretas. Dudu se orgulha de ser uma zebrinha listradinha de amarelo e marrom. É uma família feliz e diferente de todas as outras.

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sábado, 26 de setembro de 2009

Xilon, o Gato Abelhudo









Xilon é um gato que vive se metendo em encrenca. É muito abelhudo. Entra na vida de todos da fazenda da vovó Nina.
Outro dia, ele viu que Sombrinha, a cachorrinha de estimação da vovó Nina, comia um bocado de carne. Pegou logo um pedaço de pau para acertar sua pequena cabecinha. Na hora “h” ,vovó chegou e espantou-o, dando-lhe uma surra. Ele pensou que Sombrinha havia roubado na cozinha. Quem acabou levando a pior foi Xilon. Vovó não é de brincadeira!
Certa vez também, viu Nair, a maritaca, conversando com a arara e foi logo ouvir a conversa. Xilon ganhou fama de fofoqueiro entre a bicharada.
Certo dia, vovó Nina recebeu visita da tia Zuleica. Mais que depressa, ele entrou embaixo do sofá para ouvir a conversa das duas. Mais uma vez o pobre gato levou a pior. Quando tia Zuleica se despediu, vovó agarrou Xilon pelo rabo e zaz... Deu-lhe umas boas chineladas.
Vovó gosta muito de Xilon, também é um dos bichinhos que a vovó adora. É pena ser tão abelhudo! Na fazenda, toda a bicharada passou a desprezá-lo por isso. Quando todos se reuniam à tarde para um dedo de prosa, Xilon se aproximava e a roda de amigos se desfazia completamente.
Xilon passou a ser um gatinho rejeitado por todos que ali viviam. Nem as gatinhas queriam saber de conversa com o gato fofoqueiro e abelhudo.
Xilon pensou...pensou... “Não me sinto bem, o que devo fazer para ser amigo de todos?”, pensava ele.
O tempo foi passando e Xilon se sentindo cada vez mais só...muito só! Foi aí que resolveu falar com vovó Nina. Expôs todo seu sentimento e a pobre velhinha ouviu com atenção e os olhos cheios de lágrimas. Ela sempre gostou de Xilon, mas não gostava de suas atitudes, sempre achou que o pobre gato acabaria abandonado por todos e não deu outra. Nenhum bicho da fazenda queria saber do lindo gatinho.
Depois de uma conversa franca com vovó, Xilon chegou a uma conclusão: ser abelhudo e fofoqueiro não o levaria a lugar nenhum. Devemos respeitar uns aos outros, pois, só assim, se faz amigos e jamais viveremos afastados de todos que nos rodeiam.
Daí por diante, tudo mudou na vida de Xilon. O belo gatinho de olhos azuis da cor do céu passou a respeitar todos os bichos e passou a ajudar a todos que precisavam, inclusive, de uma palavra amiga.
Hoje Xilon é respeitado por todos e, principalmente, por toda a bicharada da fazenda.
É o gatinho que todos gostariam de ter como companheiro das crianças e adultos.


Tereza Tavares

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Um Burro na Sombra


Joãozinho sempre foi um menino difícil. Tinha preguiça de tudo, inclusive de levantar-se cedo. Seus pais e irmãos davam duro na roça e, todas as noites, freqüentavam as aulas há dois quilômetros dali.
Todos procuravam aliviar um pouco a batalha dos pais. Procuravam cuidar dos gados, porcos e outros animais que tinham na pequena rocinha. Seus pais se sentiam cansados da vida difícil do dia-a-dia. Entre os quatro filhos homens tinha João, o terceiro filho do casal. O moleque era diferente dos demais... Não queria saber de nada, a não ser “sombra e água fresca”. Era a preocupação da família. Dormia até altas horas, não tomava banho, enfim, “dava pano pra manga” conforme dizia sua mãe. Estava um rapazinho e não sabia ler nem escrever. Trabalhar? Muito menos! Só sabia reclamar. Que desgosto! Quanta preguiça!
Seus pais diziam:
- Meu filho tente mudar, ninguém pode viver assim! Todos precisam saber ler e trabalhar.
Não foi possível mesmo, o malandro não queria nada. Passava horas do dia no campo matando passarinhos ou debaixo de uma enorme árvore, onde curtia sua preguiça tirando bons cochilos, enquanto todos trabalhavam na pequena lavoura. João pegava seu velho chapéu e tampava o rosto da claridade. Todos que por ali moravam, ficavam penalizados e preocupados com o futuro do rapazinho. O coitado não sabia nada mesmo!
O tempo passou, seus irmãos foram continuar seus estudos na cidade. O pobre continuou no mesmo lugar, na mesma sombra. Todos melhoraram de vida e juntos levaram os pais. Todos adquiriram independência financeira. Seus pais abriram uma pequena loja de artesanato, onde conseguiam viver com dignidade.
Com o passar do tempo, João tentou aprender algum ofício, mas foi tarde! Ficou burro. A idade foi chegando, e então, tudo se tornou difícil para o rapaz. Sua vidinha solitária quase perdeu o sentido, não conseguiu nem arrumar uma namorada. Também, pudera, todas as moças de sua idade estudavam e trabalhavam planejando um bom futuro.
Passava quase todo tempo debaixo daquela velha mangueira, onde dormia por horas. Servia de exemplo para as outras crianças, pois quando uma delas não queria ir à aula, os pais logo citavam o exemplo de João. O coitado não sabia nada mesmo, era completamente sem noção. Não podia ver uma boa sombra, que lá estava ele, coitado, nasceu cansado! Mas ficou burro mesmo!
Hoje João vive sozinho na pequena roça, como um bicho do mato. Toda tarde, depois do almoço, o infeliz, continua fazendo o mesmo trajeto, ou seja: pega o seu velho chapéu surrado, coloca-o no rosto, deitado debaixo da antiga árvore.
Todos que passam por ali comentam: lá está o verdadeiro burro na sombra!


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terça-feira, 22 de setembro de 2009

Xuli, a perereca vaidosa...


Num pequeno brejo vive uma variedade de bichos.

Por lá os pássaros passeiam até alguns cavalos aproveitam para pastar ao redor.

Apesar de ser pequeno, os bichos vivem em harmonia.

Entre eles vive Xulí, uma perereca solitária.


Ela se sente às vezes um pouco triste.


À noite suas coleguinhas se aprontam para dar uma volta no brejo.

Para elas é uma festa.

Todas já são mocinhas como Xulí.

Pensam em se casar e um dia ter seus filhotes.

Com Xulí acontece o mesmo. Pena que é reservada e não se ambienta com as outras.

Não foi falta de tentar uma aproximação, mas ela é sempre rejeitada.

A turminha acha que Xulí é chata e se julga mais bonita que as outras.

Não é nada disso, se elas tentassem dar uma chance para a pobre Xulí veriam que estavam perdendo em ser amiga dessa meiga perereca.

Xulí é muito vaidosa.

Apesar de ser só, toda tarde se apronta para subir em uma enorme pedra.

De lá aprecia o passeio de toda turma.

Numa tarde bem bonita de primavera, tudo estava lindo. As flores desabrocharam ao redor do brejo em cores variadas.

Xulí colocou uma flor amarela na cabeça e foi apreciar a natureza lá de cima. Gostou tanto de ficar ali que não viu o tempo passar.

Sonhou acordada com os filhos que um dia poderia ter.

Quando voltou a realidade se sentiu triste, pois teria que voltar só.

Foi quando ouviu uma voz bem próxima:


-Quer uma ajuda? O que faz aqui uma mocinha tão bonita?


Xulí olhou assustada e viu um lindo e elegante sapo.


Era o Generis. Olhou e deu-lhe um enorme sorriso.


Aceitou sua companhia e por ali ficaram horas.

Depois então permitiu que o tão bom sapo lhe acompanhasse até sua casa.


Pelo caminho confessou que ficava horas a admira-la,na esperança de um dia vir a namorá-la.


Os dois se entenderam e daí por diante se encontravam naquela mesma pedra.


As pererecas que lá viviam sentiram inveja de Xulí.


Algumas delas até jogaram charme para o belo sapo, mas em vão.


Generis não deu a menor bola pois estava apaixonado.


Só tinha olhos para Xulí.


A bela perereca estava feliz e se sentia prestes a realizar seu sonho.


Algum tempo os dois se casaram. A festa foi linda e inesquecível.


Os dois mudaram para um lago maravilhoso!


Lindo, cheio de bichos e flores.


Para Xulí e Generis era só felicidade.


Hoje a família é grande, tiveram muitos filhotes que fazem a alegria dos pais.


Xulí e Generis vivem felizes e cercados de amigos.


Ela continua vaidosa como antes.


Na primavera acorda pela manhã, colhe uma flor e coloca em sua cabeça.


Generis faz elogios e fala que ela é a perereca mais bonita da lagoa.


Tereza Tavares